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CONTOS DE APRENDIZ

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Páginas: 188

Publicação Original: 1951

Nova Publicação: 2024

Um dos maiores desafios de um artista é transmitir ideias ou emoções complexas de maneira simples. Carlos Drummond de Andrade alcança este objetivo com maestria em Contos de aprendiz.

Publicado em 1951, Contos de aprendiz marca a estreia de Carlos Drummond de Andrade nas narrativas propriamente ficcionais.


Nascido em uma região rural, Drummond incorpora essa experiência em muitas dessas quinze histórias, a exemplo de “A salvação da alma”, em que a infância e a adolescência de cinco irmãos são atravessadas pelo clima bucólico e ingênuo do interior do país na primeira metade do século XX, e “O sorvete”, no qual dois meninos enfrentam o dilema de experimentar ou não pela primeira vez uma até então desconhecida iguaria.


Aos poucos, as histórias avançam em direção às grandes cidades, mostrando sua lenta transformação. O talento de Drummond para a clareza e a elegância narrativa colabora para a construção psicológica de seus personagens. Na longa narrativa tchekhoviana “O gerente”, o autor vai aos poucos construindo (e desconstruindo) o protagonista Samuel, um bancário que frequenta o jet set carioca e é acusado de um crime bizarro, sendo por isso apelidado pelos jornais de “o Vampiro dos Salões”. Drummond cadencia as revelações e deixa o leitor “espiar” os acontecimentos, ao mesmo tempo que mostra a complexidade de “pessoas comuns”.


Outro ponto alto da fabulação drummondiana é “Meu companheiro”, a divertida história do cachorro Pirolito, que tem o “dom” de falar com seu tutor, o pacífico professor Motinha. Entre a fantasia e o realismo, o escritor constrói uma narrativa emocionante sobre a amizade.
 

Com a publicação de Contos de aprendiz – quando Drummond entrava na quinta década de vida e já era um autor consagrado –, os leitores brasileiros tiveram um motivo a mais para comemorar: nosso maior poeta se revelava também um grande ficcionista.

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Conheça outras edições do livro e ouça as poesias de Drummond

Por Edmílson Caminha

FIXAÇÃO DO TEXTO

OBRAS CONSULTADAS

Contos de aprendiz. 1. ed. Rio de Janeiro : José Olympio, 1951. [CA1]

Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa [organizada pelo autor]. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. [PP]

Contos de aprendiz. 41. ed.  Rio de Janeiro: Record, 2001. [CA41]

Contos de aprendiz. Lisboa: Penguin, 2015. [CAP]

Biblioteca particular de Carlos Drummond de Andrade.

 

Não foram incluídas aqui as alterações decorrentes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

  • “INFÂNCIA”
    estrofe 1, versos 5 e 6: “lia a história de Robinson Crusoé, / comprida história que não acaba mais.” [AP3]: “lia a história de Robinson Crusoé. / Comprida história que não acaba mais.”
  • POEMA “CASAMENTO DO CÉU E DO INFERNO”
    verso 14: “Diabo espreita por uma frincha” separado do parágrafo 8, como em [AP1].
  • POEMA “LANTERNA MÁGICA”
    II / SABARÁ estrofes 1 e 2: separadas conforme [PC] e [ACL]. estrofe 3, verso 5: em caixa-alta, conforme [AP1] e [PC].
  • POEMA “SINAL DE APITO”
    estrofe 1, verso 1: “Um silvo breve: Atenção, siga.” [AP3]: “Um silvo breve Atenção, siga.”
  • POEMA “NOTA SOCIAL”
    estrofe 1, verso 6: “como qualquer homem da Terra,”, conforme [PC] e [PP] [PCN]: “como qualquer homem da terra,”
  • POEMA “OUTUBRO 1930”
    Os trechos corridos, como prosa (“De 5 em 5 minutos” (...), “O inimigo resistia” (...), “O general” (...) devem ter recuo de parágrafo e ser alinhados à esquerda e à direita, como em [PC]. Sugiro que o travessão ( — ) seja usado apenas para indicar falas, como no poema “Sociedade”: O homem disse para o amigo: No caminho o homem resmunga: — Breve irei a tua casa — Ora essa, era o que faltava. Nos outros casos, o travessão ( — ) deve ser substituído pelo traço ( – ), como no poema “O sobrevivente”: Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.
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