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CRONOLOGIA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
anos10
anos20
anos30
1902
Nasce em Itabira (MG), no dia 31 de outubro, o nono filho de Julieta Augusta Drummond de Andrade e do fazendeiro Carlos de Paula Andrade.
1909
Lê o romance Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, em uma versão infantil publicada pela revista Tico-Tico e fica encantado com as aventuras. Escreveria mais tarde: “E eu não sabia que minha história / era mais bonita que a de Robinson Crusoé.” (do poema “Infância”, em Alguma poesia).
1910
Passagem do cometa Halley. Décadas depois, Drummond registrará em seu diário: “No ar frio, o céu dourado baixou no vale, tornando irreais os contornos dos sobrados, da igreja, das montanhas. Saímos para a rua banhados de ouro, magníficos e esquecidos da morte que não houve. Nunca mais houve cometa igual, assim terrível, desdenhoso e belo.” Escreverá ainda dois poemas sobre o tema, “Cometa”, em Boitempo, e “Halley”, em A falta que ama.
Inicia o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito.
Inicia o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito.
1912
Pede ao pai para comprar a Biblioteca Internacional de Obras Célebres, coleção de volumes publicada pela Sociedade Internacional. No documentário O fazendeiro do ar, dirigido por Fernando Sabino e David Neves, Drummond relembra: “A base da minha formação literária está nesse monte de coisas da Biblioteca Internacional. Eram 24 volumes enormes, encadernados, Biblioteca Internacional de Obras Célebres, e com isso eu li um bocado de filosofia, um bocado de teatro, um bocado de poesia, um bocado de tudo, e fez-se uma salada no meu espírito.” A coleção é também objeto do poema “Biblioteca verde”, em Boitempo.
Ingressa no Grêmio Dramático e Literário Arthur de Azevedo.
Trabalha uma parte do dia como caixeiro no armazém de Randolfo Martins da Costa, seu parente e maior comerciante de Itabira. Quis empregar-se ali para ouvir as conversas dos fregueses sobre a Primeira Guerra Mundial.
Ingressa no Grêmio Dramático e Literário Arthur de Azevedo.
Trabalha uma parte do dia como caixeiro no armazém de Randolfo Martins da Costa, seu parente e maior comerciante de Itabira. Quis empregar-se ali para ouvir as conversas dos fregueses sobre a Primeira Guerra Mundial.
1916
Ingressa como aluno interno no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e inicia amizade com os colegas Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco. Interrompe os estudos no 2º ano por motivo de saúde.
1917
Retorna a Itabira e tem aulas particulares com o professor Emílio Magalhães.
Conhece a poesia de Augusto dos Anjos e fica perplexo. Mais tarde revelou: “Li-o na adolescência e foi como se levasse um soco na cara… Vi como se pode fazer lirismo com dramaticidade permanente, que se grava para sempre na memória do leitor.” (em Os sapatos de Orfeu, de José Maria Cançado).
Visita com frequência o santeiro Alfredo Duval e faz amizade com seus filhos. Trata-se de um “intelectual orgânico”, conversador e conhecido na cidade.
Lê o livro A educação sentimental, de Gustave Flaubert, que lhe deixou marcas profundas.
Conhece a poesia de Augusto dos Anjos e fica perplexo. Mais tarde revelou: “Li-o na adolescência e foi como se levasse um soco na cara… Vi como se pode fazer lirismo com dramaticidade permanente, que se grava para sempre na memória do leitor.” (em Os sapatos de Orfeu, de José Maria Cançado).
Visita com frequência o santeiro Alfredo Duval e faz amizade com seus filhos. Trata-se de um “intelectual orgânico”, conversador e conhecido na cidade.
Lê o livro A educação sentimental, de Gustave Flaubert, que lhe deixou marcas profundas.
1918
Ingressa como aluno interno no Colégio Anchieta, dos padres jesuítas, em Nova Friburgo, onde se destaca em certames literários. Colabora no jornalzinho Aurora Colegial, no qual tem seu primeiro texto publicado.
Incentivado pelo irmão Altivo, publica no jornalzinho Maio, de Itabira, seu poema em prosa “Onda”.
Incentivado pelo irmão Altivo, publica no jornalzinho Maio, de Itabira, seu poema em prosa “Onda”.
1919
“No colégio, escreveu escondido uma novela de caráter anticlerical, uma verrina aos padres e parasitas da vida humana”, segundo o colega Octávio Barbosa da Silva.
Ao rebelar-se contra uma nota que por condescendência lhe dera o professor de Português, ouve dos jesuítas a proposta de que se resolva o incidente com um pedido de desculpa. O acordo não é cumprido pelos padres, e Drummond acaba expulso do Colégio Anchieta por alegada “insubordinação mental”. Dirá depois, em entrevista, que o episódio contribuíra para que perdesse o sentimento religioso.
Ao rebelar-se contra uma nota que por condescendência lhe dera o professor de Português, ouve dos jesuítas a proposta de que se resolva o incidente com um pedido de desculpa. O acordo não é cumprido pelos padres, e Drummond acaba expulso do Colégio Anchieta por alegada “insubordinação mental”. Dirá depois, em entrevista, que o episódio contribuíra para que perdesse o sentimento religioso.
1920
Muda-se com a família para Belo Horizonte.
Passa a colaborar no modesto Jornal de Minas, situado no térreo do prédio onde morava. É seu primeiro trabalho como articulista.
Conhece Dolores Dutra de Morais, com quem se casará cinco anos depois.
Passa a colaborar no modesto Jornal de Minas, situado no térreo do prédio onde morava. É seu primeiro trabalho como articulista.
Conhece Dolores Dutra de Morais, com quem se casará cinco anos depois.
1921
Passa a trabalhar no Diário de Minas, no qual por oito anos escreverá críticas literárias e outros textos.
Frequenta a vida literária de Belo Horizonte e torna-se amigo de Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Cyro dos Anjos, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, frequentadores da Livraria Alves e do Café Estrela.
Muda-se com a família para uma casa no bairro da Floresta, onde seu pai tinha vários terrenos, e instala-se num “quarto independente”, com acesso pelo alpendre.
Publica na revista Radium, da Faculdade de Medicina, o conto “Rosarita”.
Frequenta a vida literária de Belo Horizonte e torna-se amigo de Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Cyro dos Anjos, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, frequentadores da Livraria Alves e do Café Estrela.
Muda-se com a família para uma casa no bairro da Floresta, onde seu pai tinha vários terrenos, e instala-se num “quarto independente”, com acesso pelo alpendre.
Publica na revista Radium, da Faculdade de Medicina, o conto “Rosarita”.
1922
Estreita laços de amizade com o estudante de medicina Pedro Nava, que se impressiona com seu conto “Rosarita”: “O instrumento mais à mão para protestar contra o parnasianismo, o imobilismo, o sonetismo que curarizavam o Brasil.”
Vence o concurso Novela Mineira, com o conto “Joaquim do Telhado”, e ganha um prêmio de 50 mil réis.
Publica artigos nas revistas Para Todos e Ilustração Brasileira, ambas do Rio de Janeiro.
Organiza o livro Teia de aranha, coletânea de poemas em prosa, e o envia à Editora Freitas Bastos, no Rio de Janeiro. A obra nunca chegaria a ser publicada.
Vence o concurso Novela Mineira, com o conto “Joaquim do Telhado”, e ganha um prêmio de 50 mil réis.
Publica artigos nas revistas Para Todos e Ilustração Brasileira, ambas do Rio de Janeiro.
Organiza o livro Teia de aranha, coletânea de poemas em prosa, e o envia à Editora Freitas Bastos, no Rio de Janeiro. A obra nunca chegaria a ser publicada.
1923
Ingressa na Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.
Conhece o português António Ferro, amigo de Fernando Pessoa, e dedica-lhe um artigo. “António Ferro, que tem uma jazz band na alma, deixa fugir dos lábios o eco da sua desvairada música interior.”
Conhece o português António Ferro, amigo de Fernando Pessoa, e dedica-lhe um artigo. “António Ferro, que tem uma jazz band na alma, deixa fugir dos lábios o eco da sua desvairada música interior.”
1924
Inicia correspondência com Manuel Bandeira, manifestando-lhe sua admiração.
Encontra-se, no Grande Hotel de Belo Horizonte, com a turma dos modernistas paulistas: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Olívia Penteado, Gofredo Telles e Tarsila do Amaral, acompanhados do poeta francês Blaise Cendrars.
Admirador de Mário de Andrade, inicia correspondência que se manterá até pouco dias antes da morte do escritor paulista.
Encontra-se, no Grande Hotel de Belo Horizonte, com a turma dos modernistas paulistas: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Olívia Penteado, Gofredo Telles e Tarsila do Amaral, acompanhados do poeta francês Blaise Cendrars.
Admirador de Mário de Andrade, inicia correspondência que se manterá até pouco dias antes da morte do escritor paulista.
1925
Casa-se com Dolores Dutra de Morais.
Funda, junto com Emílio Moura, Gregoriano Canedo e Francisco Martins de Almeida, A Revista, destinada a divulgar o movimento modernista.
Conclui o curso de Farmácia, mas não exerce a profissão, alegando querer “preservar a saúde dos outros”.
Funda, junto com Emílio Moura, Gregoriano Canedo e Francisco Martins de Almeida, A Revista, destinada a divulgar o movimento modernista.
Conclui o curso de Farmácia, mas não exerce a profissão, alegando querer “preservar a saúde dos outros”.
1926
Retorna a Itabira para lecionar Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano.
Volta para Belo Horizonte, por sugestão de Alberto Campos, e ocupa o cargo de redator e depois redator-chefe do Diário de Minas, onde tem como companheiro de trabalho o amigo Afonso Arinos de Melo Franco.
Villa-Lobos, sem conhecê-lo, compõe uma seresta sobre o poema “Cantiga de viúvo”, que integra Alguma poesia, seu livro de estreia.
Em Pouso Alto (MG), encontra-se pela primeira vez com Manuel Bandeira.
Encerra a publicação de A Revista, no nº 3, com artigos numa ortografia transgressiva, como no seu ensaio “Poezia e relijião”.
Volta para Belo Horizonte, por sugestão de Alberto Campos, e ocupa o cargo de redator e depois redator-chefe do Diário de Minas, onde tem como companheiro de trabalho o amigo Afonso Arinos de Melo Franco.
Villa-Lobos, sem conhecê-lo, compõe uma seresta sobre o poema “Cantiga de viúvo”, que integra Alguma poesia, seu livro de estreia.
Em Pouso Alto (MG), encontra-se pela primeira vez com Manuel Bandeira.
Encerra a publicação de A Revista, no nº 3, com artigos numa ortografia transgressiva, como no seu ensaio “Poezia e relijião”.
1927
Em 21 de março, nasce seu filho Carlos Flávio, que falece minutos depois. A ele, Drummond dedica os poemas “Ser”, em Claro enigma, e “O que viveu meia hora”, em A paixão medida.
Discursa em homenagem a Francisco Martins de Almeida, numa festa noticiada em 11 de janeiro no Diário de Minas. Francisco integrava um dos grupos modernistas mineiros e era, assim como Drummond, fundador de A Revista, lançada em 1925, para difundir os princípios estéticos do movimento.
Publica o poema “Pipiripau”, em 24 versos livres, no Diário de Minas, em 30 de janeiro e 6 de fevereiro, com o pseudônimo Antônio Crispim.
Publica resenha sobre o livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado, no Diário de Minas, em 27 de março.
Publica diversos poemas (“Fantasia”, “Caso”, “Sonho de um dia de calor”, “Sinal de apito”, “Sweet home”, “Epigrama para Emílio Moura” e “Convite ao suicídio”), em revistas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Publica diversas crônicas e artigos no Diário de Minas, entre fevereiro e dezembro.
Discursa em homenagem a Francisco Martins de Almeida, numa festa noticiada em 11 de janeiro no Diário de Minas. Francisco integrava um dos grupos modernistas mineiros e era, assim como Drummond, fundador de A Revista, lançada em 1925, para difundir os princípios estéticos do movimento.
Publica o poema “Pipiripau”, em 24 versos livres, no Diário de Minas, em 30 de janeiro e 6 de fevereiro, com o pseudônimo Antônio Crispim.
Publica resenha sobre o livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado, no Diário de Minas, em 27 de março.
Publica diversos poemas (“Fantasia”, “Caso”, “Sonho de um dia de calor”, “Sinal de apito”, “Sweet home”, “Epigrama para Emílio Moura” e “Convite ao suicídio”), em revistas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Publica diversas crônicas e artigos no Diário de Minas, entre fevereiro e dezembro.
1928
Publica o poema “No meio do caminho” no nº 3 da Revista de Antropofagia. Trinta e nove anos depois, o poema merecerá do autor o livro Uma pedra no meio do caminho: biografia de um poema, coletânea de críticas publicada em 1967. “[…] sou o autor confesso de certo poema, insignificante em si, mas que a partir de 1928 vem escandalizando meu tempo, e serve até hoje para dividir no Brasil as pessoas em duas categorias mentais” (trecho da crônica “Autobiografia para uma revista”, em Confissões de Minas).
Nasce, em 4 de março, sua filha Maria Julieta. Sobre ela, o poeta escreverá: “Repara um pouquinho nesta, / no queixo, no olhar, no gesto, / e na consciência profunda / e na graça menineira, / e dize, depois de tudo, / se não é, entre meus erros, / uma imprevista verdade. / Esta é minha explicação, / meu verso melhor ou único, / meu tudo enchendo meu nada.” (do poema “A mesa”, em Claro enigma).
Assis Chateaubriand, empresário do meio jornalístico, convida Drummond para dirigir o Diário da Noite. A proposta não é aceita.
Publica crônicas, artigos e diversos poemas (“Circo”, “Uma feia na multidão”, “Anedota búlgara”, “Poeminha de Maria”, “Cantiga da experiência”, “Margarida”, “Sociedade”, “Nós dois”, “Esperteza”, “A rua diferente”, “A grande liquidação” e “Poema de sete faces”) no Diário de Minas, entre fevereiro e dezembro.
Por sugestão do amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade, é convidado por Francisco Campos a trabalhar na Secretaria de Educação, mas, sem mesa e cadeira para ocupar, é levado por Mário Casassanta para auxiliar na redação da Revista do Ensino, na mesma secretaria.
Vende ao irmão Altivo, por 50 mil réis, sua parte na herança da Fazenda do Pontal. “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público” (do poema “Confidência do itabirano”, em Sentimento do mundo).
Nasce, em 4 de março, sua filha Maria Julieta. Sobre ela, o poeta escreverá: “Repara um pouquinho nesta, / no queixo, no olhar, no gesto, / e na consciência profunda / e na graça menineira, / e dize, depois de tudo, / se não é, entre meus erros, / uma imprevista verdade. / Esta é minha explicação, / meu verso melhor ou único, / meu tudo enchendo meu nada.” (do poema “A mesa”, em Claro enigma).
Assis Chateaubriand, empresário do meio jornalístico, convida Drummond para dirigir o Diário da Noite. A proposta não é aceita.
Publica crônicas, artigos e diversos poemas (“Circo”, “Uma feia na multidão”, “Anedota búlgara”, “Poeminha de Maria”, “Cantiga da experiência”, “Margarida”, “Sociedade”, “Nós dois”, “Esperteza”, “A rua diferente”, “A grande liquidação” e “Poema de sete faces”) no Diário de Minas, entre fevereiro e dezembro.
Por sugestão do amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade, é convidado por Francisco Campos a trabalhar na Secretaria de Educação, mas, sem mesa e cadeira para ocupar, é levado por Mário Casassanta para auxiliar na redação da Revista do Ensino, na mesma secretaria.
Vende ao irmão Altivo, por 50 mil réis, sua parte na herança da Fazenda do Pontal. “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público” (do poema “Confidência do itabirano”, em Sentimento do mundo).
1929
Assume o cargo de auxiliar de redação no jornal Minas Gerais, órgão oficial do estado sob a direção de Abílio Machado e José Maria Alkmin, e logo é promovido a redator.
Firma-se como cronista da seção “Notas Sociais”, do jornal Minas Gerais, usando, entre outros, os pseudônimos Antônio Crispim e Barba Azul.
Recusa pedido de Oswald de Andrade para colaborar na Revista de Antropofagia. O motivo é sua lealdade a Mário de Andrade, que rompera com Oswald.
Entre janeiro e novembro, publica diversos poemas (“1º de janeiro”, “Diálogo dos burgueses no bonde”, “Quadrinha sobre o regresso de Pedro Nava”, “Conheço um país”, “Romaria”, “Vitrola”, “Boca”, “Poema sobre uma casa”, “Meu pobre amigo”, “Ode a Jackson de Figueiredo” e “Moça e soldado”) no Diário de Minas.
Também entre janeiro e novembro, publica diversas crônicas e artigos no Diário de Minas e na revista Verde, de Cataguases (MG), ligada ao movimento modernista.
Firma-se como cronista da seção “Notas Sociais”, do jornal Minas Gerais, usando, entre outros, os pseudônimos Antônio Crispim e Barba Azul.
Recusa pedido de Oswald de Andrade para colaborar na Revista de Antropofagia. O motivo é sua lealdade a Mário de Andrade, que rompera com Oswald.
Entre janeiro e novembro, publica diversos poemas (“1º de janeiro”, “Diálogo dos burgueses no bonde”, “Quadrinha sobre o regresso de Pedro Nava”, “Conheço um país”, “Romaria”, “Vitrola”, “Boca”, “Poema sobre uma casa”, “Meu pobre amigo”, “Ode a Jackson de Figueiredo” e “Moça e soldado”) no Diário de Minas.
Também entre janeiro e novembro, publica diversas crônicas e artigos no Diário de Minas e na revista Verde, de Cataguases (MG), ligada ao movimento modernista.
1930
Publica, com recursos próprios e tiragem de quinhentos exemplares, Alguma poesia, seu livro de estreia, pela Edições Pindorama, do amigo Eduardo Frieiro. No lançamento, outro amigo, Milton Campos, saúda o poeta em um grande banquete no Automóvel Club. Na ocasião, Drummond profere seu famoso discurso do “anjo delicadamente torto do lado do coração”.
Envia o livro ao amigo Mário de Andrade, em 27 de abril, acompanhado de uma carta: “Eis aí, Mário e amigo, a história da impressão de minha obrinha primeira. Ela aí vai. Sua opinião me interessa mais do que a de qualquer outro.”
Assume o cargo de auxiliar de gabinete de Cristiano Machado, secretário do Interior do governo de Minas Gerais. Ao irromper a Revolução de Outubro, que transforma aquela paragem burocrática em centro de operações militares, passará a oficial de gabinete, quando seu amigo Gustavo Capanema substituir Cristiano Machado.
Em uma crônica, expressa sua “paixão” por Greta Garbo: “Cinema com o rosto escorrido e o olho parado de Greta Garbo no cartaz é cinema cheio. A penumbra da sala enche-se de êxtases e de corações batendo pela sorte da mulher-orquídea, mulher cheia de ossos e intenções, que a gente não sabe se está pelo avesso ou pelo direito, mulher gelada e fatal, mulher do golpe do mistério. E ninguém sabe explicar por que motivo Greta Garbo desarranja tanto a nossa máquina sentimental de sertanejos envernizados” (da crônica “O fenômeno Greta Garbo”, publicada no jornal Minas Gerais em 18 de maio de 1930).
Publica no jornal Estado de Minas, entre outros, os poemas “Canção dos amigos”, “Também já fui brasileiro”, “Toada do amor”, “Europa, França e Bahia”, “Política literária”, “Poema do jornal”, “Fuga”, “O sobrevivente”, “Cota zero”, “Iniciação amorosa”, “Balada do amor através das idades”, “Cabaré mineiro”, “Quero me casar”, “Sesta”, “Poema da purificação” e “O voo sobre as igrejas”, alguns deles incluídos no livro Alguma poesia.
Publica diversas crônicas no jornal Minas Gerais, entre março e agosto, quase todas com o pseudônimo Antônio Crispim.
Envia o livro ao amigo Mário de Andrade, em 27 de abril, acompanhado de uma carta: “Eis aí, Mário e amigo, a história da impressão de minha obrinha primeira. Ela aí vai. Sua opinião me interessa mais do que a de qualquer outro.”
Assume o cargo de auxiliar de gabinete de Cristiano Machado, secretário do Interior do governo de Minas Gerais. Ao irromper a Revolução de Outubro, que transforma aquela paragem burocrática em centro de operações militares, passará a oficial de gabinete, quando seu amigo Gustavo Capanema substituir Cristiano Machado.
Em uma crônica, expressa sua “paixão” por Greta Garbo: “Cinema com o rosto escorrido e o olho parado de Greta Garbo no cartaz é cinema cheio. A penumbra da sala enche-se de êxtases e de corações batendo pela sorte da mulher-orquídea, mulher cheia de ossos e intenções, que a gente não sabe se está pelo avesso ou pelo direito, mulher gelada e fatal, mulher do golpe do mistério. E ninguém sabe explicar por que motivo Greta Garbo desarranja tanto a nossa máquina sentimental de sertanejos envernizados” (da crônica “O fenômeno Greta Garbo”, publicada no jornal Minas Gerais em 18 de maio de 1930).
Publica no jornal Estado de Minas, entre outros, os poemas “Canção dos amigos”, “Também já fui brasileiro”, “Toada do amor”, “Europa, França e Bahia”, “Política literária”, “Poema do jornal”, “Fuga”, “O sobrevivente”, “Cota zero”, “Iniciação amorosa”, “Balada do amor através das idades”, “Cabaré mineiro”, “Quero me casar”, “Sesta”, “Poema da purificação” e “O voo sobre as igrejas”, alguns deles incluídos no livro Alguma poesia.
Publica diversas crônicas no jornal Minas Gerais, entre março e agosto, quase todas com o pseudônimo Antônio Crispim.
1931
Falece seu pai, Carlos de Paula Andrade, em 28 de julho, aos 70 anos. “No deserto de Itabira / a sombra de meu pai / tomou-me pela mão. / Tanto tempo perdido. / Porém nada dizia. / Não era dia nem noite. / Suspiro? Voo de pássaro? / Porém nada dizia. / [...] / A pequena área da vida / me aperta contra o seu vulto, / e nesse abraço diáfano / é como se eu me queimasse / todo, de pungente amor.” (do poema “Viagem na família”, em José).
Sua mãe, Julieta Augusta, passa a viver num apartamento do Hospital São Lucas, em Belo Horizonte.
Sua mãe, Julieta Augusta, passa a viver num apartamento do Hospital São Lucas, em Belo Horizonte.
1932
Publica, como colaboração especial no jornal Estado de Minas, o poema “Necrológio dos desiludidos do amor”, uma provocação modernista no dia de Natal.
Solidário ao amigo Mário de Andrade, Drummond escreve-lhe uma carta em 10 de outubro, a propósito da Revolução Constitucionalista, em São Paulo: “Estou certo que você viveu todo o drama, e mais dramaticamente ainda que os outros, pois sua inteligência implacável há de ter espiado os acontecimentos, os entusiasmos, as paixões, ao passo que no grande número apenas o instinto comandava. Eu também, do meu lado, fiz o que pude. Mas apenas produzi palavras.”
Solidário ao amigo Mário de Andrade, Drummond escreve-lhe uma carta em 10 de outubro, a propósito da Revolução Constitucionalista, em São Paulo: “Estou certo que você viveu todo o drama, e mais dramaticamente ainda que os outros, pois sua inteligência implacável há de ter espiado os acontecimentos, os entusiasmos, as paixões, ao passo que no grande número apenas o instinto comandava. Eu também, do meu lado, fiz o que pude. Mas apenas produzi palavras.”
1933
Trabalha como redator do jornal A Tribuna.
Assessora o amigo Gustavo Capanema durante os três meses em que o amigo foi interventor federal em Minas Gerais.
Assessora o amigo Gustavo Capanema durante os três meses em que o amigo foi interventor federal em Minas Gerais.
1934
Volta a trabalhar, simultaneamente, nas redações dos jornais Minas Gerais, Estado de Minas e Diário da Tarde.
Publica Brejo das almas, com tiragem de duzentos exemplares, editado pela cooperativa Os Amigos do Livro.
É convidado para trabalhar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, novo ministro da Educação e Saúde Pública.
Muda-se, com a família, para o Rio de Janeiro.
Publica Brejo das almas, com tiragem de duzentos exemplares, editado pela cooperativa Os Amigos do Livro.
É convidado para trabalhar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, novo ministro da Educação e Saúde Pública.
Muda-se, com a família, para o Rio de Janeiro.
1935
Passa a responder pelo expediente da Diretoria-Geral de Educação e integra a Comissão de Eficiência do Ministério da Educação.
Criação do programa de rádio A hora do Brasil, de transmissão obrigatória em todo o território nacional. Em 1962, passará a chamar-se A voz do Brasil.
Criação do programa de rádio A hora do Brasil, de transmissão obrigatória em todo o território nacional. Em 1962, passará a chamar-se A voz do Brasil.
1936
Escreve ao amigo e ministro Capanema carta de demissão de seu cargo, por incompatibilidade com o pessoal de direita que predominava na repartição: “Não tenho posição à esquerda, mas sinto por ela uma viva inclinação intelectual, de par com o desencanto que me inspira o espetáculo do meu país.” O pedido de demissão não foi aceito.
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