Páginas: 114
Publicação Original: 1992
Nova Publicação: 2023
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O amor natural, publicação póstuma de Drummond e livro de maior apelo erótico do poeta, retorna em novo projeto com posfácio de Manuel Graña Etcheverry.
A poesia de motivação erótica tornou-se mais presente na obra de Drummond em seus últimos anos de vida. “Como se Eros estivesse jogando sua última cartada contra Tânatos”, escreveu, certa vez, Affonso Romano de Sant’Anna. De fato, entre 1984 e 1985, Drummond publicou Corpo e Amar se aprende amando, livros que já abordavam, se bem que de forma não tão explícita, a complexa temática do sexo e do desejo físico. Um terceiro volume de poemas amorosos, porém, permaneceu inédito até sua publicação póstuma, em 1992. É este O amor natural.
Aqui, desde o início, Drummond evoca o amor para que lhe sirva de guia. É o amor que em seus versos deverá reunir “alma e desejo, membro e vulva”. Segue-se, então, um desfile de imagens eróticas, em que o poeta rememora ou reinventa felações e sodomias; incursões a um “crespo jardim” e a uma “erma hospedaria”; orgasmos que em si conteriam nada menos que a “explicação do mundo”. A própria eternidade, sugere Drummond, é “puro orgasmo”.
A “boca milvalente”, a língua “lambilonga” e a bunda — “bundamel bundalis bundacor bundamor” — surgem, assim, como doces elementos de fantasia, libertando a sensualidade do poeta. Mas o que impera nestes versos, além do prazer físico, é certa saudade do amor, “palavra essencial” a integrar o chão, a cama e o cosmo.
As novas edições da obra de Carlos Drummond de Andrade têm seus textos fixados por especialistas, com acesso inédito ao acervo de exemplares anotados e manuscritos que ele deixou. Em O amor natural, o leitor encontrará o posfácio do poeta e tradutor argentino Manuel Graña Etcheverry, e bibliografias selecionadas de e sobre Drummond.
Bibliografias completas, uma cronologia de vida e obra do poeta e as variantes no processo de fixação dos textos encontram-se disponíveis por meio do código QR localizado na quarta capa deste volume.
Por Edmílson Caminha
OBRAS CONSULTADAS
O amor natural. 1. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992. [AN1]
O amor natural. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. [AN11]
O amor natural. 19. ed. Rio de Janeiro: Record, [AN19]
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. [PC]
Biblioteca particular de Carlos Drummond de Andrade.
Não foram incluídas aqui as alterações decorrentes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
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“INFÂNCIA”estrofe 1, versos 5 e 6: “lia a história de Robinson Crusoé, / comprida história que não acaba mais.” [AP3]: “lia a história de Robinson Crusoé. / Comprida história que não acaba mais.”
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POEMA “CASAMENTO DO CÉU E DO INFERNO”verso 14: “Diabo espreita por uma frincha” separado do parágrafo 8, como em [AP1].
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POEMA “LANTERNA MÁGICA”II / SABARÁ estrofes 1 e 2: separadas conforme [PC] e [ACL]. estrofe 3, verso 5: em caixa-alta, conforme [AP1] e [PC].
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POEMA “SINAL DE APITO”estrofe 1, verso 1: “Um silvo breve: Atenção, siga.” [AP3]: “Um silvo breve Atenção, siga.”
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POEMA “NOTA SOCIAL”estrofe 1, verso 6: “como qualquer homem da Terra,”, conforme [PC] e [PP] [PCN]: “como qualquer homem da terra,”
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POEMA “OUTUBRO 1930”Os trechos corridos, como prosa (“De 5 em 5 minutos” (...), “O inimigo resistia” (...), “O general” (...) devem ter recuo de parágrafo e ser alinhados à esquerda e à direita, como em [PC]. Sugiro que o travessão ( — ) seja usado apenas para indicar falas, como no poema “Sociedade”: O homem disse para o amigo: No caminho o homem resmunga: — Breve irei a tua casa — Ora essa, era o que faltava. Nos outros casos, o travessão ( — ) deve ser substituído pelo traço ( – ), como no poema “O sobrevivente”: Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.