top of page

BOITEMPO II

Boitempo II 3D.png

Páginas: 372

Publicação Original: 1986

Nova Publicação: 2023

ADQUIRA AQUI:

LogoTavessa.png
Amazon-Logo.png

Segundo volume da reunião de poemas memorialísticos de Drummond, Boitempo II: Esquecer para lembrar retorna em novo projeto, com posfácio de Heloisa Murgel Starlin. 

 

Em Boitempo II, Drummond se afasta da infância rural e ingressa em um mundo novo, o da tecnização forçada, onde só importa o que cada um produz ou comercializa: chapéu, gaiola, punhal, geleia, pão de queijo, caixão. O menino de Itabira, porém, nada fabrica: apenas assiste às fabricações. 


É desse ponto de vista, de observador desconfi¬ado, que vemos o progresso en¬fim chegar ao Brasil do interior, impondo suas multas e restrições: é proibido galopar pelas ruas de pedra, estender roupa branca entre os túmulos do cemitério, rezar alto de madrugada. Mas, então, pergunta-se o futuro poeta: “Que fazer, para não morrer de paz?” 


Carlos é mandado à escola, deixa a casa paterna, aventura-se no trem de ferro, estuda latim e gramática, destaca-se nos panfletos estudantis, ganha o apelido de Anarquista. Os padres o expulsam do colégio, acusando-o de “insubordinação mental”. Rejeitado, o adolescente perde a fé. Decide deixar de ser “santo” para tornar-se “barro e palavrão, / humana falha, signo terrestre”. 


Cavalgando o tempo — “uma cadeira ao sol, e nada mais” —, o poeta cresce. De repente se vê moço e solto em Belo Horizonte. Bancado pela família, frequenta a vida literária, entre os modernistas do Café Estrela e da Livraria Alves. Forma-se em Farmácia, mas “apenas na moldura”. 


Vadia, namora e dorme. Ouve o chamado da escrita e do serviço público, torna-se redator de jornal, escreve para o Partido Republicano Mineiro, mas algo o incomoda. É a “consciência suja”, o remorso de ser um “inconvicto escriba ofi¬cial”. Ele ainda cultiva em si o menino Carlos, o do segundo ginasial, que sonhava “emitir clarões / de astro-rei literário”. Não demoraria a acontecer. Era só uma questão de tempo.


As novas edições da obra de Carlos Drummond de Andrade têm seus textos fixados por especialistas, com acesso inédito ao acervo de exemplares anotados e manuscritos que ele deixou. Em Boitempo II, o leitor encontrará o posfácio da historiadora Heloisa Murgel Starling; bibliografias selecionadas de e sobre Drummond; e a seção intitulada “Na época do lançamento”, uma cronologia dos três anos imediatamente anteriores e posteriores à primeira publicação do livro.


Bibliografias completas, uma cronologia de vida e obra do poeta e as variantes no processo de fixação dos textos encontram-se disponíveis por meio do código QR localizado na quarta capa deste volume.

LEIA, OUÇA, ASSISTA

Conheça outras edições do livro

Por Alexei Bueno

OBRAS CONSULTADAS

Boitempo & A falta que ama. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968. [BA]

Menino antigo (Boitempo II). Rio de Janeiro: Sabiá/Livraria José Olympio Editora, 1973.   [MA]

Esquecer para lembrar (Boitempo III). Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. [EL]

Poesia e prosa, organizada pelo autor. Estudo crítico de Emanuel de Moraes. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1988.   [PP]

Boitempo I, Menino antigo. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003. [BO1]

Boitempo II, Esquecer para lembrar. 7ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003. [BO2]

Biblioteca particular de Carlos Drummond de Andrade.

 

Não foram incluídas aqui as alterações decorrentes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

 

 

A última organização de Boitempo em vida de Carlos Drummond de Andrade foi [PP], a sexta edição de sua obra reunida, pela Editora Nova Aguilar, que viu a luz em 1988, um ano após a sua morte, e na qual ele reduziu as três séries do livro a uma continuidade única. Apesar dos erros numerosos — comuns, aliás, a todas as edições —, e do problema sempre melindroso da divisão estrófica em poemas de versos livres, já que não há sinal gráfico convencionado para a passagem de uma estrofe a outra, que pode comumente confundir-se com a passagem de página, tomamo-la como a edição de base, e não registraremos, portanto, as diferenças de separação estrófica, assim como os erros tipográficos mais evidentes.

Todos os itálicos em Boitempo II, suprimidos em [BO2], foram restituídos na presente edição, de acordo com a lição de [PP]. Da mesma maneira, todos os algarismos romanos que haviam sido grafados em letras minúsculas voltaram para maiúsculas, o mesmo ocorrendo com o acrônimo p. r. m., referente ao Partido Republicano Mineiro, restituído, em todas as ocasiões, e em respeito ao uso da época a que se referem os poemas e à vontade do poeta, como P. R. M.

  • “INFÂNCIA”
    estrofe 1, versos 5 e 6: “lia a história de Robinson Crusoé, / comprida história que não acaba mais.” [AP3]: “lia a história de Robinson Crusoé. / Comprida história que não acaba mais.”
  • POEMA “CASAMENTO DO CÉU E DO INFERNO”
    verso 14: “Diabo espreita por uma frincha” separado do parágrafo 8, como em [AP1].
  • POEMA “LANTERNA MÁGICA”
    II / SABARÁ estrofes 1 e 2: separadas conforme [PC] e [ACL]. estrofe 3, verso 5: em caixa-alta, conforme [AP1] e [PC].
  • POEMA “SINAL DE APITO”
    estrofe 1, verso 1: “Um silvo breve: Atenção, siga.” [AP3]: “Um silvo breve Atenção, siga.”
  • POEMA “NOTA SOCIAL”
    estrofe 1, verso 6: “como qualquer homem da Terra,”, conforme [PC] e [PP] [PCN]: “como qualquer homem da terra,”
  • POEMA “OUTUBRO 1930”
    Os trechos corridos, como prosa (“De 5 em 5 minutos” (...), “O inimigo resistia” (...), “O general” (...) devem ter recuo de parágrafo e ser alinhados à esquerda e à direita, como em [PC]. Sugiro que o travessão ( — ) seja usado apenas para indicar falas, como no poema “Sociedade”: O homem disse para o amigo: No caminho o homem resmunga: — Breve irei a tua casa — Ora essa, era o que faltava. Nos outros casos, o travessão ( — ) deve ser substituído pelo traço ( – ), como no poema “O sobrevivente”: Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.
bottom of page